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Réquiem para o magistrado Cláudio Nunes do Nascimento

RÉQUIEM PARA O MAGISTRADO CLÁUDIO NUNES DO NASCIMENTO Por desembargador Robson Marques Cury   20/06/2022   Atualizado há 598 dias Exerceu todos os principais cargos do Poder Judiciário Paranaense: vice-presidente e presidente do Tribunal de Alçada; vice-presidente, corregedor e presidente do Tribunal Regional Eleitoral; e corregedor da Justiça e presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR).  Também como presidente do Tribunal de Justiça assumiu, interinamente, o Governo do Estado do Paraná em 11/10/1996, quando o arquiteto Jaime Lerner era o governador.  O conheci muito bem: sério, compenetrado, muito inteligente e trabalhador. Em 1988 ele presidiu correição na então comarca de entrância final de Cascavel onde eu era titular da 2ª Vara Cível.  Em depoimento no formato audiovisual, prestado no ano de 2011 ao diretor Raul Vaz da MV Contabilidade e pulgado no programa “História de Sucesso” de Jorge Alexandre Rodrigues, o desembargador Cláudio Nunes do Nascimento, rememorou fatos da sua infância, carreira profissional e vida familiar.    “Nasci em Irati e com 13 anos mudei para Ponta Grossa e no ano seguinte vim para Curitiba, onde comecei a trabalhar como garçom, em seguida passei a trabalhar no Tribunal de Justiça como servente e depois como oficial de Justiça, e após formado pela Faculdade de Direito atuei como promotor público, até ingressar por concurso como juiz substituto, na sequência juiz de Direito, juiz de alçada e desembargador. Fui eleito presidente do Tribunal de Alçada, presidente do Tribunal Regional Eleitoral e presidente do Tribunal de Justiça. Assumi por breve período o Governo do Estado do Paraná. Escrevi um artigo intitulado ‘De Servente a Presidente’. Ao tomar posse proferi discurso destacando: ‘Entro para servir, não para ser servido’.  Dentre persas passagens pitorescas na minha carreira, destaco o primeiro fato ocorrido no ano de 1955: ‘Assumi como juiz substituto com 25 anos de idade a comarca de Nova Esperança que estava há dois anos sem juiz titular. Convoquei reunião com todas as autoridades, e ao pedir com ar sério no meu rosto de índio para que cada um fizesse relatório das atividades, fez-se silêncio sepulcral que podia escutar mosca voando, mas todos em atitude de respeito para comigo jovem magistrado prestaram contas das suas atividades desde o promotor, os advogados, os escrivães, e quando chegou a vez do oficial de Justiça Joaquim, pessoa de idade, que relatou: ‘Doutor, ontem encontrei uma menina de 14 anos na zona do meritíssimo!’, causando risos gerais depois que um advogado não conseguiu segurar a gargalhada e eu mesmo também ri, sendo que depois da audiência expliquei-lhe: ‘Sr. Joaquim a zona a que se refere é a do meretrício’, eu sou o meritíssimo, cheguei ontem na cidade e nem sei onde fica essa zona’.  Eu casei há quase 60 anos atrás. Eu conheci a minha senhora num baile. E quando a vi disse para mim vou casar com essa moça. Ela tinha 14 anos e eu 18 anos. Ao começar o baile, dirigi-me à mesa onde ela estava com a irmã e o marido, constatando que já tinha saído. Não sabia onde morava nem a sua família. Fiquei procurando por um ano até que a encontrei. Leoni era o seu nome e eu a chamava de Lisinha. Ela foi o meu anjo louro de olhos azuis. Começamos a namorar e noivamos. Casei com 23 anos e ela com 19 anos. Nossa vida foi maravilhosa. Tudo o que eu queria ela queria e aonde ela ia eu também ia sem perguntar aonde. Lisinha faleceu com 68 anos de idade no dia 12 de junho de 2003. Eu sempre dava buque de flor no dia dos namorados. Nesse dia dei uma coroa de flores. Tivemos três filhas: a advogada Margarete e as médicas Giovana e a Vanessa. Depois da aposentadoria na magistratura, passei a trabalhar como advogado. O neto trabalha no meu escritório de advocacia, e como nasceu um bisneto não sei se também virá trabalhar comigo, caso eu aguente até lá. Minha mensagem aos jovens advogados, à juventude em geral, é de que no seu trabalho, seja qual for, sejam perseverantes, não desanimem em hipótese alguma, mesmo em derrotas ou vitórias, e sejam sábios, na verdade aquele que sofre qualquer contratempo e não aprende e continua a praticar atos errados é néscio, o inteligente é aquele que sofre com o revés e não sofre outro porque aprendeu, e como sábio tenha a consciência limpa de que fez o melhor trabalho jurídico, e se vem a vitória ou a derrota dependerá do julgamento.”    “Requiem aeternam”  Por desembargador Robson Marques Cury     Biografia  Cláudio Nunes do Nascimento, filho de Alfredo Nunes do Nascimento e de Geraldina Silva do Nascimento, nasceu no dia 8 de julho de 1930, na cidade de Irati (PR). Casou-se com a Sra. Leoni Idazima Fila do Nascimento (falecida).  Bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, colou grau no ano de 1954. Iniciou sua carreira como promotor público na comarca de União da Vitória, logo após Irati, Bela Vista do Paraíso e Cascavel. Em 1955, após aprovação em concurso, foi nomeado juiz substituto da Seção Judiciária com sede na comarca de União da Vitória, depois removido para a Seção Judiciária com sede na comarca de Apucarana, atendendo concomitantemente as comarcas de Jandaia do Sul, Mandaguari, Nova Esperança, Arapongas, Porecatu e, posteriormente, Araucária.  De 1957, já como juiz de direito, até 1966, judicou nas comarcas de São Jerônimo da Serra, Bela Vista do Paraíso, Araruva, Marilândia do Sul e Andirá. Em 1966 foi promovido para a comarca de Curitiba. Em 1970 foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada, onde exerceu os cargos de vice-presidente e presidente.  Em 12 de março de 1979 foi nomeado para o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça, onde exerceu o cargo de corregedor da Justiça no biênio 1987 a 1988 e presidente da corte em 1995 a 1996. Em 1981 foi eleito para integrar o Tribunal Regional Eleitoral, onde exerceu as funções de corregedor, vice-presidente e presidente.  É autor das Obras jurídicas "Execução Forçada", "Teoria Geral do Processo" e "Retro Venda". Recebeu os títulos de cidadão benemérito do estado do Paraná, cidadão honorário de Curitiba, Andirá, Guarapuava, Santo Antonio do Sudoeste, Ivaiporã, Faxinal, de Personalidade Insigne de Irati e de Comendador e Grande Benemérito da Maçonaria.  Foi professor na Escola de Magistratura do Estado do Paraná, da Escola Militar do Guatupê e da Faculdade de Direito de Curitiba. Foi professor de Direito Processual Civil na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.  Aposentou-se compulsoriamente do Tribunal de Justiça no dia 9 de julho de 2000.  Faleceu em 16 de junho de 2022 com 91 anos. 
20/06/2024 (00:00)

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